O presente trabalho resulta de estudo sobre o cooperativismo como agente de processo no desenvolvimento socioemancipatório, ancorado na relação de solidariedade Ubuntuista na África, tomando como nosso agente colaborador a Cooperativa Agropecuária de Jovens Quadro na Guiné-Bissau. Assim, entendemos que, o cooperativismo é o modo de atores sociais se organizarem em redes que emergiu na Europa através do processo da industrialização e, com a tomada da independência dos países africanos, foi incorporado com base em princípios de solidariedade africana - Ubuntu - como seu fundamento. O trabalho analisa processos de desenvolvimento socioemanicpatório na região de Cacheu, setor de Canchungo; assim como entender a concepção de cooperativismo e desenvolvimento local, a partir do associativismo na Guiné-Bissau, identificar a concepção de desenvolvimento que orienta a política da intervenção da COAJOQ na agricultura familiar camponesa em Canchungo; compreender a relação de produção da COAJOQ com a segurança alimentar. Para tanto, a pergunta que nos mobiliza é essa: como a Cooperativa Coajoq influencia o desenvolvimento na Canchungo? Como a COAJOQ, através de suas ações com as famílias camponesas gerencia o processo de desenvolvimento local? A metodologia adotada aqui, compreende a pesquisa qualitativa, na perspectiva interdisciplinar e complexidade, com base na pesquisa bibliográfica e documental e avaliação da quinta geração. Estas técnicas são mecanismos de operacionalização de categorias de análise, agricultura familiar, cooperativismo, associativismo, desenvolvimento emancipatório, segurança alimentar. Para tanto, considera-se que as ações da cooperativa COAJOQ, além de serem diferentes na sua noção ocidental, estão carregadas de solidariedade Ubuntu, em que o coletivo sempre está em jogo de afirmação. Assim, as ações da Coajoq, assumem, nesse coletivo, o papel de emancipador, na geração de novos saberes endógenos que visam ampliar a liberdade de novas aspirações e utopias nos jovens e mulheres das zonas rurais. É neste processo que, a Coajoq, assume ser agente colaborador e influenciador de novas utopias, aspirações às associações, comunidades com o papel de promotoras do desenvolvimento local, germinado a partir das iniciativas das capacidades existentes, nas comunidades em que a representação de Estado tem desafios.